sexta-feira, 29 de maio de 2020

DE OLHOS ARREGALADOS


De olhos arregalados   por Sylvio Neto - Fotos Jorge Ferreira

Jorge Ferreira e sua navalha que rouba almas , fura os olhos, grita e redesenha as ruas, pessoas e todas as cousas - Ele, sua fotografia e máquina fotográfica

E tá lá
A moça de máscara
E segue ainda o moço
E todos na rua cheia - quisera vazia
E tá na moda, o design, as cores
Cores dos dissabores

E caminha o casal de mãos dadas a máscara do Brasil
sem máscara, desmascarado
Segue o trem cheio de absurdos
E a comida?
"Acabou porra, acabou"

É o grito depois do "E Daí?"
Não tem mantra, será que vai ter manta pra todo mundo?

Ou Deixa Morrer De Frio, vai ser o hino, que emoldurará o mote, quanto menor a população de velhos, menor o deficit da previdência?

Segue o trem
Segue o ônibus
O carinha de moto com máscara de carinha e capacete na mão
A senhora, na fila do banco, desmascara o sistema sem máscara

Qual é mesmo seu nome?
O senhor não tem máscara?
Não, mas tenho fome

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