No dia 31 de março 1964 eu trabalhava na Pontal, metalúrgica na Vila Carioca, Ipiranga. Eu tinha 21 anos, eram momentos de muita tensão, pois a elite brasileira através da imprensa, fomentava mentira atrás de mentira contra o Presidente João Goulart.
Três palavras nos jornais, bem grandes, mostravam que o comunismo estava chegando e que seria o fim do país, que Goulart teria que sair fora. Eu, ainda na minha visão otimista de operário, achava que nós íamos resistir, mas para nossa surpresa sonhávamos que alguns militares não iriam aceitar e o povo ia pra rua, mas isso não aconteceu.
A partir do dia 1 de abril o golpe se deu e começou a repressão nos sindicatos, prendendo pessoas, lideranças e nós que não acreditávamos nisso, começamos a nos sentir derrotados e frustrados. Lamentavelmente a maioria dos brasileiros já conhecem essa história.
Eu, particularmente, comecei a frequentar o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo neste período e fui tentando ler tudo o que eram informações sobre o comunismo, pois essa era a desculpa do golpe. Para minha decepção, eu vi grupos ligados a igreja e em nome de deus, fazendo manifestações de apoio ao golpe e a repressão continuou violentamente.
A decepção é que hoje eu vejo que são as mesmas palavras de ordem que a elite tinha na época. Alguns setores ligados a elite brasileira, principalmente as igrejas pentecostais e grupos políticos de hoje, dizem que os comunistas são culpados por toda desgraça que o Brasil vem passando. É muita ignorância, é muita desinformação.
Nós temos que trabalhar para combater isso, precisamos informar o povo, porque a pregação de que o comunismo é o causador de tudo é falsa, é maldosa e cretina. O que os comunistas pregaram até hoje foi igualdade, liberdade de expressão e oportunidade para todos, principalmente os pobres que não tem nenhuma chance de crescer na vida.
Não vamos desanimar, nós temos que achar meios. Jamais esmorecer, pois nós temos a razão: lutar pela paz, igualdade social, contra a miséria e pela independência dos povos.
José Ferreira da Silva, Frei Chico
terça-feira, 31 de março de 2020
sexta-feira, 27 de março de 2020
Qual o maior medo, de morrer ou de Ficar pobre?
Qual o maior medo, de morrer ou
de Ficar pobre?
A princípio o raciocínio para
morrer basta estar vivo e para ficar pobre basta estar rico! Para complicar o
vivo esta doente, e o Rico esta igualmente doente e inconsciente de suas
fragilidades, o medo é o que em comum aponta o caminho antagônico da partilha
que permite a preservação. O mundo que se tornou pequeno e tudo afeta todos, as
transformações tecnológicas e financeiras produzem fenômenos cada vez mais efêmeros,
impactando sempre os medos comuns a todo ser humano. O medo pode ser o maior
desagregador de sociedades, mas não precisa ser assim, nesta aldeia global
temos muitos desafios para viver um coletivo de partilha e paz, pra isso um
exercício contínuo para de eliminar o MEDO, esse combustível do Fascismo, das
Guerras e segregação tão bem manipulada por nossa consciência egoísta.
Bola de Meia, Bola de Gude
Milton Nascimento
Há um menino, há um moleque
Orando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente
O sol bem quente lá no meu
quintal
Toda vez que a bruxa me
assombra
O menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que
Eu acredito que não deixarão
de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade, alegria e
amor
Pois não posso, não devo
Não quero viver como toda essa
gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa
normal
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me
Alcança o menino me dá a mão
quinta-feira, 26 de março de 2020
O teatro no confinamento
A que se ter Cultura, A que se ter Tesão, A que se ter Vida!
7 O Musical - https://youtu.be/6d1wsNolRzw
A Bela e a Fera - https://youtu.be/Xa6pxvlMeAY
A Noviça Rebelde - https://youtu.be/AdT9z8KsMm4
Avenida Q - https://youtu.be/qhcZqg_wkJY
Beatles num Céu de Diamantes - https://youtu.be/7EU59AYUmv8
Book of Mormon Parte 1 - https://youtu.be/Odo7NNbxwDE
Book of Mormon Parte 2 - https://youtu.be/kKVx1zP7vGA
Chacrinha - https://dai.ly/x2xq3p7
Cócegas - https://youtu.be/quOXly8fSG8
Diogo Almeida - Vida de Professor - https://youtu.be/266ejI9uLCg
Floribella O Espetáculo Musical - https://youtu.be/danJhuPs5-Q
Gypsy O Musical - https://youtu.be/PbiPIpKuG9M
Hair - https://youtu.be/vCJAabp0_UU
O Despertar da Primavera - https://youtu.be/BuGfEBDEwis
O Fantasma da Ópera - https://youtu.be/rZB6r0VTgeg
O Mágico de Oz - https://youtu.be/QFfFv6StVRM
Ópera do Malandro - https://youtu.be/lkH0nPiF7mE
Os Miseráveis - https://youtu.be/6z7N2q5tpp0
Paulo Gustavo - Hiperativo - https://youtu.be/UQh3D29SURw
Rent - https://youtu.be/zpS6oAg-IGo
Vingança O Musical - https://youtu.be/nCV2vLBkvkk
A dignidade escondida atrás do Vagabundo!
“Vida não tem valor infinito”
no contexto “Viva a morte” puro fascismo a serviço do neoliberalismo da Elite.
Mas uma coisa é certa, os que morreram
se pudessem escolher estariam vivos e acolhidos pelos que amam. Não é preciso
fazer esse debate Economia x Vidas, mas é preciso avaliar qual o melhor uso de
recursos do estado em situações de pandemia.
Se o Estado guarda o Lucro que
o país produz esse dinheiro não pode ser só para pagar juros, a sociedade tem
que indicar como retornar esse lucro ao povo em benefícios sociais, para acabar
com bolsões de miséria e permitir as cidades diminuir as populações de rua,
trabalho escravo, aliciamentos das populações fragilizadas por fome, desemprego
e também pelo crime organizado.
A renda mínima já existente em
muitos países e proposta pelo parlamentar Eduardo Suplicy é um avanço na
legislação e na reorganização do sistema Econômico que sempre negligenciou essa
parcela da Sociedade, e por muitos estereotipados como vagabundo.
quarta-feira, 25 de março de 2020
segunda-feira, 23 de março de 2020
Quarentena e Cidadania.
Não queria fazer um diário,
pois queria me permitir abstrair, dar chance a saúde, dar asas a uma imaginação
confinada, um diário poderia abrir a porta da depressão que assombra todos
neste momento onde gestamos a distopia. Então hoje fui ao calçadão da praia pra
caminhar e pegar sol por 30 minutos acredito que isso quebre o isolamento e
também a quarentena, mas fui, e vi a cena que me fez pegar o lápis e escrever.
Vi os agentes públicos de
segurança em campanha para promover a quarentena, usando carros de som,
viaturas, motos, Quadriciclos circulando nas praias, e mais a frente vi um
jovem pedalando sozinho na areia da praia, neste momento foi em sua direção 2
quadriciclos pilotado pela PMSC, numa ação cinematográfica, alta velocidade,
com sirene ligada, em uma manobra fechou a Bicicleta que era pedalada
calmamente, e aos gritos expulsou o jovem de uma praia deserta.
Será possível justificar essa
ação? Pandemia é novidade as últimas gerações e só nossos avós lembram, para um
país que não viveu guerras, é natural a resistência à quarentena, somos resistentes
ainda à consciência da solidariedade mesmo que afetados pelo choque de
realidade com as mortes na Itália, não sabemos se produzirá o seu potencial civilizatório.
A vida esta em primeiro lugar?
Os mais frágeis em primeiro lugar? Não é isso que vemos das autoridades, que
insistem na lógica da lei, da ordem e que os fins justificam os meios, prova
disso os decretos, as falas em veículos de comunicação, e na fala dos agentes
públicos. A repressão esta na fala do governador Dória quando cita entre tantas
aglomerações o baile Funk, e põe o alvo na favela, poderia ser o alvo de testes
do vírus, ou de abonos, ou suspensão de tarifas públicas, mas é o alvo da
repressão da força policial, onde se faz resistência, onde partidos organizam o
povo, onde os sindicatos se reúnem para lutar por direitos, onde a
solidariedade organiza o movimento popular e questiona o poder.
Será que é fim moral do
neoliberalismo? Esta sendo decretado por muitos, não por ter dado certo, mas
por uma classe média frustrada com o rentismo, e seu empreendedorismo sem
demanda, o povo sofre perda promovida por uma bruta desigualdade no mundo e no
Brasil, o desmonte do SUS sistema único de saúde, a falta de leitos, falta de
respiradores na crise do covid-19, a desigualdade representada, pelo
desemprego, precarização das relações de trabalho, a população de rua e a
população carcerária, são a confirmação que ninguém quer defender o
neoliberalismo.
Então amigos é momento de
proteger vidas, sejam ameaçadas por vírus ou por fome!
Assinar:
Postagens (Atom)