domingo, 13 de setembro de 2020

A fartura no Egito e fome no Hebreu

 


A fartura no Egito e fome no Hebreu - por Zélder Reis

 

Será que o faraó explicando pro Bolsonaro ele entende oque é tempo das vacas magras e vacas gordas? Que na grande colheita guarda-se para o entre safra? Que antes de vender a colheita separa a quantidade para alimentar seu povo? Será que o faraó já sabia oque era segurança alimentar no velho testamento?

Impressionam-me nesse governo tantos cristãos, bispos, pastores e cantores legitimando e avalizando um governo que despreza a vida, os fundamentos da fé que falsamente professa, talvez os fatos revelados do Pastor Everaldo, a Flordelis e o Padre Robson mostrem mais do governo que dos próprios religiosos e religiosas, pois sues pastoreios não iniciaram em 2019. Fica a pergunta É Bolsonaro o inventor de Everaldo ou vice-versa?

Mas voltemos ao Egito a sua exploração do trabalho escravo, Faraó, José, Hebreus, fartura e fome. É preciso identificar oque representa cada personagem histórico e classista, e em 2020 isso é muito difícil, essa compreensão foi suspensa junto com o diálogo.

Na liberdade literária seria o faraó um presidente, colocado no poder pelas oligarquias do agronegócio que foram no seu condomínio exigir em troca do apoio mais terras para desmatar, queimar (seres vivos) desertificar com suas gigantes colheitadeiras? Do acordo com Paulo Guedes e os quatro bancos interessados nos lucros do rentismo e do juro que impedem os bancos públicos de investir na agricultura familiar que alimenta 70% dos brasileiros. Ou será mais fácil comer comida envenenada, enlatada, conservada? Mas o povo come arroz com feijão.

Seria o hebreu nosso povo? Que passou fome e foi comprar arroz no país vizinho, porque secas, estiagem, desequilíbrios do clima é coisa de deus e não da devastação predadora do homem sobre o bem comum em busca de lucro.

Seria José um personagem excluído de nossos tempos? Bom administrador conhece os segredos da terra, cuida da terra e dos que plantam na terra, preserva, colhe produtos saudáveis e doa aos famintos nas pandemias e crises econômicas? Sim esse José tem outro nome chama-se MST ou simplesmente agricultura familiar.   

4 comentários:

Patrícia do Prado disse...

Bacana! Meu pai era José, alimentou esposa e 13 filhos, sendo uma adotiva e, por um tempo, acolheu um segurança q dormia na empresa do outro lado da rua; falida a empresa, desempregado e sem teto, outro Sr.José, veio morar conosco no quarto de empregada (ainda bem q hoje esse quarto é antiético), fazia questão de contribuir com sua aposentadoria a família q o acolhia. Não éramos fartos, talvez ricos em valores humanos. Aos domingos, um senhor carroceiro sempre passava pra pegar seu almoço na nossa casa. Poxa... quanta coisa só rememorei agora com seu texto! Apesar do tema, tô feliz, meu Pai José Hermes, faria 90 no último 11 de setembro, semana passada. Lições q ainda há tempo de reconhecer! Lutas q nunca cessarão contra a fome, a favor da solidariedade! Valeu Zélder! 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

Patrícia do Prado disse...

90 anos.

Sylvio Neto disse...

Eu, cada dia que vivo, sei que vencí a vontade de descansar na noumenalidade do nao ser, venço sem ter vencido nada - senão a vontade de de voar, ir embora, pra Olorun

Aqui, meus textos e os demais publicados, reúnem numa sinergia estonteante, mais um motivo pra seguir, vivo - poematizando o universo possível

Toda a minha depressão, potencializou-se numa pasmaceira, difícil de aguentar, após a eleição e governo Bolsonaro

Salva-me nesta ora, teu texto
Que delícia

Sylvio Neto

Amós de Técua disse...

Talvez ainda caiba mais uma reflexão; será que não estamos nas vacas gordas? Nosso país sempre foi rico e nossa produção aumentou! E nossa riqueza não está indo pra fora? E nossos pequenos produtores não estão sendo preteridos? Se não sabemos cuidar do nosso povo na fartura, como será nas vacas magras?