segunda-feira, 7 de setembro de 2020

SEU SETE, UM DE SETEMBRO




SEU SETE, UM DE SETEMBRO - Sylvio Neto / foto Catraca Livre



Ouviram do plenário, ouvirão das ruas

Que as margens, não são plácidas...


As margens são fronteiras de ferro, barricadas e fogo

E nas ruas as vozes todas – são ácidas

E a verdade anda nua, nua, nua...

Anda?


Ouvirão da mídia ninja, tudo, que é verdade

E da imprensa oficial, o grito, do Ipiranga

O grito que ninguém ouviu e a rede globo pariu


Ouviram, no palácio Guanabara: 


O fora Cabral, o fora Pezão, o fora Witzel?

Ouvirão ainda mais, mesmo com a prisão covarde do Lula

pois as máscaras que deveriam cair são oficiais

e as oficinas da reconstrução: 

São atacadas

Como animais, como animais, como animais...


Ouviremos ainda o verdadeiro grito da liberdade

E seremos poupados de audições escusas – grampos

Feitas pelos anglo-saxões, imperadores do caos...


Ouviram a Dilma, ouviram congressistas, ouviram 

Sambistas e passistas, ouviram reggae e axé music

Ouviram do Ipiranga a Tinguá de Xerém a Beira Mar





Grito do Excluído sem Independência - Zélder Reis - foto eu fiz hoje 

 

Oque liga hoje os Excluídos, Papa Francisco e parte da Sociedade Brasileira?

Ouvi do padre Júlio: Tá ligado? Esse é o altar da partilha, não é politica! Pedem-me: Tem uma cesta básica? Mas sou um padre. E o padre grita: Presidente tem uma cesta básica?...Governador tem uma cesta básica?...

 

Não há amor quando há desigualdade... Não há Justiça quando há fome... Não há independência quando o grito ouvido é dos colonizadores.

 

Então o que nos liga é a fome, essa condição imposta, pela opressão, pelo enfraquecimento e hoje pela tirania de um governo infame. Veja que o povo só passa fome após alguma evolução sócia econômica que imprime um crescimento cultural.

 

A fome não é fenômeno, é uma estratégia de poder. Na denúncia da desigualdade o Papa Francisco fala da fome. Os movimentos sociais como o MST elogiado por Francisco é o que mais doa alimentos, fala da fome. A sociedade civil organizada fala da fome.

 

Parece simplista, mas não é, se a luta contra a fome, contra a desigualdade mobilizar e criar consciência que é necessário uma verdadeira independência feita pelas camadas mais populares, romper com a colonização, com a dependência econômica do grande capital opressor, é uma Revolução.

 

O Brasil tem os operadores desse capital nos bancos, no setor do agronegócio, no setor de energia, no setor de tecnologia e no Judiciário. Exemplo público disso foi a carreata da morte de ontem para apoiar um instrumento de dominação e opressão que foi e é a lava-jato. Hoje saio à porta de casa em balneário e vejo outra carreata da morte com a bandeira Imperial do Brasil, e pergunto: Há coisa mais reacionária e representativa da desigualdade em 2020?


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