SEU SETE, UM DE SETEMBRO - Sylvio Neto / foto Catraca Livre
Ouviram do plenário, ouvirão das ruas
Que as margens, não são plácidas...
As margens são fronteiras de ferro, barricadas e fogo
E nas ruas as vozes todas – são ácidas
E a verdade anda nua, nua, nua...
Anda?
Ouvirão da mídia ninja, tudo, que é verdade
E da imprensa oficial, o grito, do Ipiranga
O grito que ninguém ouviu e a rede globo pariu
Ouviram, no palácio Guanabara:
Ouvirão ainda mais, mesmo com a prisão covarde do Lula
Como animais, como animais, como animais...
Ouviremos ainda o verdadeiro grito da liberdade
E seremos poupados de audições escusas – grampos
Feitas pelos anglo-saxões, imperadores do caos...
Sambistas e passistas, ouviram reggae e axé music
Ouviram do Ipiranga a Tinguá de Xerém a Beira Mar
Grito
do Excluído sem Independência - Zélder Reis - foto eu fiz hoje
Oque
liga hoje os Excluídos, Papa Francisco e parte da Sociedade Brasileira?
Ouvi
do padre Júlio: Tá ligado? Esse é o altar da partilha, não é politica! Pedem-me:
Tem uma cesta básica? Mas sou um padre. E o padre grita: Presidente tem uma
cesta básica?...Governador tem uma cesta básica?...
Não
há amor quando há desigualdade... Não há Justiça quando há fome... Não há
independência quando o grito ouvido é dos colonizadores.
Então
o que nos liga é a fome, essa condição imposta, pela opressão, pelo
enfraquecimento e hoje pela tirania de um governo infame. Veja que o povo só
passa fome após alguma evolução sócia econômica que imprime um crescimento
cultural.
A
fome não é fenômeno, é uma estratégia de poder. Na denúncia da desigualdade o
Papa Francisco fala da fome. Os movimentos sociais como o MST elogiado por
Francisco é o que mais doa alimentos, fala da fome. A sociedade civil
organizada fala da fome.
Parece
simplista, mas não é, se a luta contra a fome, contra a desigualdade mobilizar
e criar consciência que é necessário uma verdadeira independência feita pelas
camadas mais populares, romper com a colonização, com a dependência econômica do
grande capital opressor, é uma Revolução.
O
Brasil tem os operadores desse capital nos bancos, no setor do agronegócio, no
setor de energia, no setor de tecnologia e no Judiciário. Exemplo público disso
foi a carreata da morte de ontem para apoiar um instrumento de dominação e
opressão que foi e é a lava-jato. Hoje saio à porta de casa em balneário e vejo
outra carreata da morte com a bandeira Imperial do Brasil, e pergunto: Há coisa
mais reacionária e representativa da desigualdade em 2020?
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