REFÉNS DO SER VIL - de Sylvio Neto
Foto acervo Kaxinawá - Ricardo Stuckert
Para que?
Por quem?
Por que? Por que?
Bororó civilizado neném
"Cunhatã, Pavuna, Itaguaí
Magé, Saracuruna, Acari"
Quase todos te amam
Mas ninguém te quer
Por aqui...
Quantos beijos você pode dar?
Quantos beijos você deu
Naquele Yanomami
Antes do jantar?
Estariam Bush e Ariel Sharon
Na Cis-jor-da-ni-a?
Estariam George e Sharon
Na História?
Siox, Cherokee, Iroqui
Tupi, Maia, Asteca, Meri Oriedi
Estariam aqui?
Bororó?
Gil e o discurso de Ministro?
Estariam aqui?
Faluja Xiita, Tupi Guarani
Anchieta, Antonil, Tomé de Souza
E tome Tomé
E tome Men de Sá
“ E por mais de mil léguas de praia
estendidos os corpos foi o que se viu”
Ser vil
Estaria ainda aqui, Men de Sá?
E Sabra e Satila de Sharon?
E a triste história da noite
Dos mil mortos?
Eu vi na televisão
Gilberto dizer de harmonia
No renascer da cultura calada
Do Povo Novo
Junção harmônica
Entre a tradição e a invenção
Como num conto de fadas
Como Domingo no Parque
Tribo, aldeia , taba
Tribo, aldeia , taba
A-flu-en-te,
Negro, Ji-Pará
Andiroba, xique-xique, jequitibá
Calango, Jesuíta, redução
Aldeiamento, reino de fogo, trovão
Assentamento, refugiado, Hebron
Sem Terra, MST, Funai
A-flu-en-te,
Paraty, Goias, Goytacaz
Pimenta do reino na feitoria
Faz backing vocal no tempero
E tem cheiro
Cor de ouro e prata
A bota, o arcabuz e o facão
Arriam a floresta no chão
E impõe o concreto da razão
Sem
O alicerce de cocar e o louvor a Terra
Que o Xamã vermelho chamou
Para despistar Anhangá
Durante o Huka-Huka dos Kamaiurá
No Kuarup
Araribóia, Sardinha
Vieira, Tchucarramã, Raoní
Eu quero os irmãos Villas Boas aqui
Estamos todos marcados
Mas
Há apenas um deus que corre nas veias
E que nos acaricia o rosto
E sustenta os pássaros?
Não,
Eles são mais de um
Em Guarací, Jaci e Rudá
Eu vejo o Brasil na TV
E o que foi o início
De EU a VOCÊ
Mas não sinto o canto da mata
Quase não ligo
Quando você mata
E talvez finja não ver
Quando matam você
Não há aqui
Um problema comum
E não se reduz ele
A apenas um
"Guanabara, guaraná, Araribóia
Vatapá, acarajé, feijão, tutu
Feijoada, Xavantes, Yanomamis
Xingu"
______ Sylvio Neto
"*", versos de Renato Aranha em Terra Brasillis
8 comentários:
Vc fez uma imersão na cultura indígena para nos aflorardl da urgencia de defender povos irmãos. Parabéns!
Vc fez uma imersão na cultura indígena para nos aflorardl da urgencia de defender povos irmãos. Parabéns!
Parabéns, muito profunda a poesia.
Olá Patrícia, que emoção bacana, acordar este domingo com.a publicação e seu comentário
Antes, do atual governo, bem antes
Ainda, quando os pensadores e conquistadores do mundo ousaram imvadir a América, tudo se tornou capital
O que antes era Mercantil, que surge da transição do feude e terras de agricultura, vai evoluindo mas relações mercantis, da exploração de pedraspreciosas, plantas árvores, peles anomais e especiarias, genocídio de nativos e o que se tornou a escravidão, com o tráfico negreiro
Evolui o mundo para o Capitalismo, nao sem a cisão das religiões que bancaram esse "redevu" de fé , morte e riquezas, de um lado os católicos autóctones desse processo, que se ajunta ao Justo Preço🤔 e segue com o universo protestante, que queria o lucro - salvaguardando, as necessidades dos judeus
O capitalismo arromna o mundo, sem.nenhum deus
Simples assim, apenas dono do pensamento quaiqueer que seja ele e contra o socialismo A assunção do materialismo e mais uma vez a morte, a nivel mundial por conta da pressa em ser "um mundo bom a bessa"
No curso, dos cinco milhões originais, chegamos a dez por cento disso
O mundo evolui e se mata mais
O mundo fica tecnológico e os nativos, são muito mais dizimados - no mundo todo
A mata atlântica dertubada os afasta e concentra mais no centro, no interno do País
E chegamos a 2020 e eles, são muito mais caçados, ameaçados, dizimados que antes
Sim, eu acordo feliz com suas palavras e durmo triste
Todos os dias
Muito obrigado e bom domingo
Sylvio Neto
Muito obrigado
Ainda as palavras do poema
E as da resposta dada a Patrícia acima
A você ainda meu muito obrigado
Salve, Salve Sylvio Neto ...aprofundou e labutou na temática das "terras Brasília"
Um salve a todos quilombolas e a todas nações indígenas!
Boas vindas a todos e todas neste espaço de cultura e arte. Agradeço ao Renato pela visita e contribuição e partilha com nossa comunidade de leitores. Salve a Cultura!
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