quinta-feira, 9 de julho de 2020

HOMO DEMENS



HOMO DEMENS - por Sylvio Neto


Na nova Ordem Mundial
A ordem é atirar na cabeça
Pois que
Não há soro que baste
Ao espetáculo da demência
Anglo Saxã

Com o inimigo público
É melhor prevenir que remediar
Por isso não se esqueça
A ordem é atirar na cabeça
Pois que
Não há sangue que sacie
A sede da besta

Uma, duas...seis, sete
Confira o troco
Na contagem de corpos

Vinda do Oriente
A história se perde
Nos ponteiros partidos do Norte
Na Nova Ordem Mundial
Não se conta com a sorte

Não pense em voltar para casa
Aproveite a diversão
Pois que há feridas abertas e cortes
No açoite dos olhos da morte

Esconda sob o casaco uma esfiha
E exploda um avião
Na Nova Ordem Mundial
Não há hambúrguer que se compare
A tâmaras frescas
Ajoelhe-se para Meca e ore
Pois haverá sangue em seus lábios

Ensaque sua cidadania ferida
Percorra os trilhos histéricos
Da poesia perdida
Na História sem razão
E apague o que é futurível
Com cinismo e perversão
Na Nova Ordem Mundial
A ordem é atirar na cabeça

Um comentário:

Patrícia do Prado disse...

A poesia toda me lembrou Augusto dos Anjos: "... Confira o troco na contagem de corpos." bateu forte!